Entrevista

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Foto de quando eu era o responsavel pelos morangos na Royal.


Fotos nas minhas primeiras semanas na Disco do Orchestra.

Entrevista do meu colega Diego Luiz Pedro (na foto é o de olho arregalado la atras) a um jornal de Santos sobre TRabalho a Bordo. Se eu nao me engano o jornal é o A Tribuna.

1) Primeiro gostaria que vc me contasse como surgiu a oportunidade de trabalhar em navio. Quantos anos vc tinha, o que estava fazendo na época, o que estava estudando, etc.
A oportunidade de trabalhar no navio surgiu através de um amigo que já tinha embarcado, e me passando algumas coisas positivas me deu uma sensação muito boa, com 18 anos procurei uma agencia e resolvi embarcar. Na época estava fazendo faculdade de Logística e trabalhando na gráfica que meu pai tem.
2) O que vc foi fazer no navio? Que funções realizava?
Fui com a sensação de conhecer o Mundo, mas trabalhando, tem coisa melhor que você dormir em Barcelona e acordar em Londres? Já dentro do navio uma coisa muito boa me despertou, a vontade de conhecer várias línguas, afinal o navio navegava pelo Mediterrâneo, Norte da Europa e Ásia. No navio realizava a função de garçom.
3) Como era um dia típico na sua rotina no navio?
Muito trabalho, no meu caso no restaurante, acordava cedo para preparar o café da manhã, após o café, almoço e janta, e depois existe um sistema chamado side job, um trabalho extra, onde cada um é responsável por limpar uma parte do restaurante, imagina você esgotado de trabalhar o dia inteiro, acaba o jantar você ter que passar o aspirador no salão inteiro. E muitas regras no navio em que sua cabine tem que estar limpa todos os dias, você não pode comer nela, e infelizmente a comida para a tripulação não era uma das melhores, quando o navio está fora do Brasil então, aquele ditado “Salve-se quem puder”.
4) Quais eram as melhores coisas de trabalhar no navio? E as piores?
No dia a dia do navio muitos estão ali com um objetivo, mas está no mesmo barco que você então a amizade que é feita lá é muito sincera, tive essa oportunidade de conhecer pessoas fantásticas que estavam do meu lado nas melhores e nas piores horas, não só no Brasil, mas como na Europa tive passageiros que me tratavam como filho, e conhecer o Mundo e melhor ainda ganhando para isso, não tem preço. As piores coisas era ter que agüentar os nossos chefes, que no caso são de Nápoles, e não sabem conversar direito eles simplesmente gritam o tempo todo por conta do sotaque Napolitano, mas nada que com um jeitinho Brasileiro agente da um jeito.
5) Que lugares vc conheceu por conta desse emprego?
Muitos países e muitas cidades, lugares que eu nunca imaginei que existissem no Mundo.Mas conheci países como Espanha, Itália, Portugal, França, Suécia, Alemanha, Inglaterra, Estônia, Rússia, Malta, Escócia, Dinamarca, Holanda, Argentina, Uruguai, Marrocos, e algumas Ilhas como a Ilha de Gozo e as Ilhas Canárias e o nosso Brasil desde o Nordeste até o Sul.
6) E em que circunstâncias vc agora voltou?
Voltei o mesmo Diego, mas com mais conhecimento, experiência não só por ter conhecido vários lugares, mas por ter que me virar sozinho, não tem coisa mais triste do que você passar o Natal fechado numa cabine, e acordar a 5 da manha seu chefe virar e falar: - Hoje tem que estar tudo brilhando, ai você vai se conhecendo melhor, começa a pensar, o que estou fazendo aqui? Mas nada que não se supere e depois de 1 ano e 4 meses abordo acho que consegui o que eu fui focado.

7) Ano que vem, você pretende trabalhar em navio novamente?
Gostaria, mas agora estou partindo do mar para o céu, estou fazendo o curso de comissário de bordo, e o meu antigo chefe quando eu desembarquei falou para “-Só quero te ver aqui agora como passageiro”.
8) Você recomenda essa experiência para outros jovens?
Sim, recomendo não só para os jovens mas para todos. Uma excelente oportunidade de vida não só para quem quer começar no mercado de trabalho mais para quem ainda está incerto no que se quer para o futuro.
9) Na sua opinião, o que vc aprendeu de mais importante nessa experiência?
Quando eu embarquei minha mãe me deu um álbum de foto que nele tinha uma frase “Saudades não é ausência e sim presença distanciada”, aprendi não só com o trabalho, mas aprendi a dar mais valor a família, amigos, pessoas que você quer sempre do seu lado.
10) E que conselhos vc dá para quem quer embarcar tbm?
Se você tem vontade vá, uma experiência muito diferente, faça amigos, trabalhe, conheça lugares extraordinários e tenha Fé sempre.




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