Tripulantes e seus filhos.





E ai Pessoalll !! Segue abaixo um texto de uma colega que tem 2 filhas e vai deixa-las para seguir seu sonho.

Ainda não sou uma tripulante, passei na entrevista final e estou aguardando a minha data de embarque, sou, portanto uma futura e feliz tripulante. Faz alguns anos que tenho esse sonho de trabalhar em um cruzeiro, desde a época da faculdade, mas na época me faltava à coragem para isso. Mas por quê? Tinha um bom emprego, certa estabilidade e largar tudo por um sonho? Sim, aos poucos fui fazendo e vendo a importância disso. Mas um trabalho a gente larga, agora, deixar as minhas meninas aqui para viver o “meu” sonho? Aí é que o “bicho pegava”....Tenho 2 filhas lindas, e que Graças a Deus me apóiam e me entendem nesse momento. Há dois anos vivi uma experiência longe do país e longe delas e superei, superamos, claro que derramando algumas “muitas” lágrimas e com a dor no peito que só uma saudade enorme pode causar, mas superei. Voltei mais feliz, madura, e com novas perspectivas, da mesma forma que voltarei daqui a 8 meses, e só vou porque sei que elas vão estar aqui, também mais maduras, independentes, mas me esperando com o mesmo amor.
Até ter essa coragem não foi fácil, mas acredito que temos que lutar pelos nossos sonhos, e é isso que ensino a elas, e falo sempre que quero que elas sejam como eu, corram atrás do que realmente acreditam e para isso terão sempre o meu apoio. Só serei feliz se elas forem, mas elas só serão, se eu também for...é assim que penso.
A frustração de uma das partes contagia todas...

Antes de ser aprovada nessa entrevista, fui reprovada em outra, e no dia a minha filha de 10 anos, vendo a minha tristeza, me escreveu uma carta onde dizia “...... não pense que você perdeu por não ter conseguido a primeira entrevista! Mas pense assim: não foi desta vez, mas vou lutar, correr atrás dos meus desejos e vou conseguir!...”
E há poucos dias atrás, conversando sobre o navio com a mais nova (4 anos) ela me disse: “ mãe, se o navio for de madeira eu não vou deixar você ir, porque é muito perigoso, mas se for aqueles grandes, de cimento ou de tijolo, aí sim eu vou deixar você ir.”
Alguma dúvida de que elas me apóiam?
Hoje me considero pronta para embarcar, lógico que tenho o apoio da minha mãe, sem ele não seria possível, e a benção das minhas filhas, procurando sempre ensinar a elas a importância de não desistir de sonhar!

Por Mariana Machado de Lima.